terça-feira, 24 de agosto de 2010

Os poetas Luzia e Fernando Abreu (mãe e filho) no Peperoncini



O Fernando, poeta apaixonado, faz de sua esposa Adriana a sustentação de todo o seu sentimento e criatividade, sempre propositadamente maiores que as palavras.
Encomendou –me rosas, que por motivos impedidores não puderam se fazer presentes. Porém, suas declarações à esposa não perderam em verdade nem em profundidade, pois as rosas ausentes ressurgiram vermelhas e aveludadas na beleza do seu romantismo. Nos vasos da Adriana, aquelas, com certeza, não murcharão.

Entre o que preciso e o que tenho,
você é o que tenho mas não posso.
É o que preciso e não entendo.
Se fico na sua falta, sinto a sua ausência,
em sua presença não penso mais,
vivo você!
E cada instante de sua existência,
quero-a sempre diferente,
mais do que nunca.
O que sinto é realmente inevitável,
e a sua reação é simultaneamente aparente.
Se nessas horas o amor muda de nome
Não é por falta de amor,
É só uma conseqüência.
E o que venhamos fazer
ou deixar de fazer
é exclusivamente entre mim e você!



Nunca soube muito bem definir o que é o amor.
Aliás, acho até que nem tem definição:
O amor é para ser sentido,
não aprisionado entre algumas meias palavras.
Se inventasse uma palavra
para expressar ou traduzir  o que é o amor,
ainda assim não diria,
pois o dizer ou não dizer,
não é o mais importante
e nem o menos.
É preciso muito mais que simples palavras,
Para explicar e definir o que sinto.
Te dizer eu te amo,
não é nada perto do quanto te quero,
Deixo então você livre
para pensar e alcançar;
Entender e enxergar
o quanto amo você!

                         Fernando Abreu Ramos


Dizer que você é bonita
não é necessário,
tão pouco o suficiente.
Sua beleza é tão definida
e, ao mesmo tempo,
tão sem explicação,
que as palavras me faltam
aumentando assim
o sentimento e o desejo,
os quais o poeta tanto necessita.
Olhar para você e contemplá-la
é puramente prazer,
mas o que fazer
se não é o bastante?
Se tudo me faltar,
mesmo com o desgosto de não tê-la,
ainda assim estarei feliz
pelo prazer que tive em conhecê-la.

Fernando Abreu Ramos











Entre o que preciso e o que tenho,
você é que tenho mas não posso.
É o que preciso mas não entendo.
Se fico na sua falta, sinto a sua ausência;
em sua presença não penso mais,
vivo você!
E cada instante de sua existência
Quero-a sempre, diferente,
mais do que nunca.
O que sinto é realmente inevitável
e a sua reação é simultaneamente aparente.
Se nessas horas o amor muda o nome,
não é por falta de amor,
é só uma conseqüência.
E o que venhamos fazer
Ou deixar de fazer
é, exclusivamente, entre mim e você!

Fernando Abreu Ramos


  Luzia Abreu Ramos - 2010



Meus cabelos embranquecidos.
Meu corpo, há muito esquecido.
Só mesmo pulsa meu coração,
quisera saber por que razão?
A pele seca, enfraquecida,
que pouco a pouco dilacera.
Os olhos, sem brilho algum,
só mesmo a morte espera!
Eu, que já fui bela mulher
desfolhava sempre a flor
do bem ou mal-me-quer.
Sempre aos meus pés, um novo amor!
Brincava com todas as estações
motivando muitas paixões.
Relembro de tudo o que vivi
e choro, sabendo o que perdi!
O tempo é implacável
tirou minha beleza
basta olhar-me no espelho
e ter esta certeza!
Rugas profundas
olhar perdido
lançado ao infinito
sem nenhum sentido!
Nenhuma estação me tem por acolhida,
pois já não sirvo, estou envelhecida.
Num simples aceno à vida,
uma lágrima, rola perdida
dizendo ser minha despedida!...



A mãe, Luzia, traz em seus versos maduros toda experiência sentimental de uma mulher que sofre e ama sempre com um amor que suplanta o sofrimento.
Ler os versos da poetisa é como estar com ela. Quem a conhece sabe que Luzia é, em matéria, a sua própria poesia.

"VIVENDO DE SAUDADE


O tempo passa e tudo muda,
algo para melhor ou pior.
Tudo se modifica,
Só o meu amor é sempre maior!
Nada consegue atingi-lo,
parece uma força estranha,
onde, às vezes, consegue feri-lo,
mas sem atingir suas entranhas!
Passo o ano por todas as estações,
não sei qual me faz mais maldade
ou qual me traz a felicidade
de, pelo menos,
viver de saudade!”

Último abraço 2010
Luzia Abreu ramos


Como é difícil viver sem você!
Do pouco que pedi, só ouvi  NÃO.
Palavras duras, sem emoção,
só magoaram meu coração!
Você fez a cruel escolha,
a de me abandonar.
Sequer vejo a vida passar,
na esperança de te ver voltar!
Há pouco dias, o vi passar,
fingiu nem me notar,
mas sei que no fundo
temos amor para nos dar!
Já estou velha, enfraquecida,
precisando dos seus cuidado.
Se me pedir, eu faço:
junto os meus trapos
nem que seja,
para o nosso último abraço!

Luzia Abreu Ramos - 2009
Amor proibido

Da janela, olho pro céu,
nuvens escuras, ouço trovões.
Não tenho medo, mas fecho a janela
pois sinto grandes emoções!
A saudade a corroer meu peito
que louca de paixão deliro,
te chamo num sussurro,
busco seu vulto no escuro!
Este amor profundo
que me foi proibido de viver,
só vai aumentando no fundo,
o desejo de ficar com você!
Centenário Tamarindeiro 2007
    ( Luzia Abreu Ramos )

Centenário tamarindeiro,
que a muitos já serviu
e a tantos encontros viu!
Já foi ponto de boêmios violinistas.
Hoje abriga os motociclistas!
Poucos reconhecem o seu valor
mas como o conheço bem,
sei as qualidades que tem!
Ajudei a sanar sua dor,
pois pelos cupins, foi ferido.
Grande foi a nossa jornada,
porém por nós curado!
Tamarindeiro amigo...
Servindo-se também de abrigo,
para os que amam  escondidos!
Majestoso em sua altura,
já viu pessoas nuas
sob o clarão da lua
por  certo, outros vultos
a vagar pelas ruas!
Já te puseram fogo,
pessoas de nossa cidade,
pobres de espírito
se quer ouvirão seu choro
nem respeitaram sua idade!
Entre choros e gritos
de lamentos e perguntas:
Por que querem o meu fim?
Se sempre fui  tão  querido
e a tantos ainda abrigo?
Sempre ofereci sombra e frutos,
que mais querem de mim?...
Sempre frondoso, calado,
discreto, amigo do peito.
Guarda consigo segredos.
Mesmo ferido, amargurado,
Nunca demonstrou medo!...
Formoso, recuperado,
com sua magia contagiante,
abriga também estudantes!
Como deve lamentar,
ao ver debaixo de ti,
jovens drogados,
sendo por você abrigados!
Matem firmes suas raízes,
Na esperança que esses jovens perdidos
possam ser por Deus assistidos,
voltando a serem felizes!...
Cuide dos vovôs do asfalto,
que com amor te aquecem,
pois eles cuidam também
de seres que padecem,
pessoas que desconhecem!...
Sobreviveu ao vento forte.
Resistiu a muitas tempestades.
Lutou contra invernos rigorosos,
sendo um centenário de sorte!
Inspiração de poetas,
como hoje a mim fazes.
Que continue sempre companheiro,
confidente, centenário tamarindeiro!
    Encontro com Jesus. Setembro 2009
            Luzia Abreu Ramos

Por pouca fé e fraqueza,
quase sempre estou a errar
mesmo querendo acertar,
vou seguindo na incerteza,
deste eterno caminhar!
Nos cigarros me entorpeço,
no pecado me embriago.
Parece um caminho sem fim,
nem eu, tenho pena de mim!
Em todo este meu tropeço,
estou pagando um alto preço.
Assim, eu vou caminhando,
batucando o meu enredo,
eu vou me desesperando...
Nos caminhos tortuosos
desta atribulada vida,  dizem:
Alguém Especial te espera,
e a luz que Dele irradia,
te envolverá numa esfera,
penetrará em tua alma,
e  poderás ser salva!
SILÊNCIO! ...
Ouço uma voz sussurrar:

Por que vagas, chorando neste mundo?
Segure minha mão, não te abandonarei,
basta  crer  e  ao meu lado vais ficar.
Em mim, podes confiar! Eu sou Jesus!
A quem merecer, farei  jus...
Seus pecados estão perdoados.
Terás vida em abundância,
fui pregado numa cruz
pra mostrar sua importância!

Na presença do Salvador,
Senti vergonha,  clamei:
Sou uma filha perdida,
sem juízo de valor.
Curvei, então, meus joelhos
e disse de olhos vermelhos:
Serei forte, meu Senhor.
És a luz que me alumia,
transformando a noite em dia
que sobre mim principia!
Por Ti, Darei  Minha  Vida
e todo o meu amor.
Estou livre do espinho
que me causou tanta dor.
Varreu de mim a tristeza,
e toda a  minha incerteza...
Enquanto vida me der,
ainda que eu muito ande a pé
farei tudo o que puder
pra levar por onde eu for
meu Cristo, Nosso Senhor!
Eu e o Vento
  Luzia Abreu ramos - 2010


O vento que açoita o meu corpo,
às vezes queima, fere...
È o mesmo que me pede:
Neste lugar, amanhã, me espere!
O vento que açoita o meu corpo,
chega às vezes, acanhado
pois é ele que leva meu recado,
bem distante ao meu amado!
O vento que açoita o meu corpo,
quase sempre, vem sem medo
sussurrando em meus ouvidos
o que não posso dizer, é segredo!
O vento que açoita o meu corpo,
vem também em calmaria.
Brinca, diverte-se comigo
dizendo se fosse homem, me amaria!
O vento que açoita o meu corpo,
chega dizendo que me namora.
Sem despedidas vai embora,
dizendo que não se demora!
O vento que açoita o meu corpo
sem forças, velho em desamor,
Já nada sente, e cai
desfalecido, sem cor!
Eu queria 2010
  Luzia Abreu Ramos

Eu queria poder
ser a felicidade
e, dentro de você morar e
ver no seu olhar
a tristeza perdida,
o sorriso de menino
que existe em você!
Eu queria poder
ser a felicidade e
nunca de você me afastar,
para não te ver chorar e
jogar por onde for
pétalas de flores coloridas
de paz, de harmonia e
ver em seu rosto, só alegria!
Eu queria poder
ser a felicidade e
te dar todo amor que me pede e
juntos trilharmos o mesmo caminho,
não te ver mais tão perdido, sozinho!
 Eu queria poder
 ser a felicidade e
te amparar, proteger,
abrir meus braços
entre eles você adormecer!
Só que também procuro
essa tal felicidade...
A tive por tão pouco tempo,
que se transformou em saudade!




O meu tempo é “você”

Luzia Abreu Ramos
      

Em cada segundo, uma saudade.
Guardo no peito, uma paixão sem fim...
Tu demoras tanto, quero te ver,
para matar esta ansiedade em mim!
Na vida, tudo tem seu tempo certo:
Tempo de chorar, amar, plantar, colher...
Porém, o tempo que mais desejo,
É o tempo de sempre ter “você”
 


Último abraço 2010
Luzia Abreu ramos


Como é difícil viver sem você!
Do pouco que pedi, só ouvi  NÃO.
Palavras duras, sem emoção,
só magoaram meu coração!
Você fez a cruel escolha,
a de me abandonar.
Sequer vejo a vida passar,
na esperança de te ver voltar!
Há pouco dias, o vi passar,
fingiu nem me notar,
mas sei que no fundo
temos amor para nos dar!
Já estou velha, enfraquecida,
precisando dos seus cuidado.
Se me pedir, eu faço:
junto os meus trapos
nem que seja,
para o nosso último abraço!
CIDADE POEMA - 2007
      Luzia Abreu Ramos

Cidade  Poema , terra de amigos.
São Fidélis está sempre feliz.
Demonstra toda sua ternura
de braços abertos, sobre a matriz !

Por aqui, quem passa se encanta ,
com o rio que corre manso ,
com São Fidélis ,
nosso padroeiro santo !

Com suas ruas bem traçadas
ainda que pelo povo, mal cuidadas
mesmo assim, por nossa cidade
muita gente fica fascinada!

Cidade poema, pequena
Tem seus encantos mil.
Cidade poema, pequena
não há outra igual no Brasil!

Cidade poema, pequena
É minha terra natal.
Nasci e aqui morrerei
Meu berço, meu descanso final!




Folhas e Sementes, perdidas
     Luzia Abreu Ramos – Setembro de 2009

Em alguns momentos de sua existência ,
a árvore sente-se como se nua .
Já velha, luta com persistência
envergonha-se despida à luz da lua !
Mas , mantém forte suas raízes ,
não importando, se pelo outono foi traída ,
ao ver no chão, suas folhas caídas
ou , se simplesmente , folhas perdidas!...
Das folhas que caem e a árvore desnuda
e ao duro chão se misturam
dando ao que o solo precisa
e  as suas sementes adubam !
Não podem ser folhas e sementes perdidas,
resto do nada , sem nenhum valor ,
pois logo a árvore que chora sentida,
verá novas folhas brotarem com amor !
Portanto , a árvore deixou sua herança:
Junto com as folhas caíram sementes
dando-nos a eterna esperança
que de folhas e sementes perdidas,
outras árvores frutificarão novamente !



Pão e Circo
Luzia Abreu Ramos  - 2008


No circo da vida
a tenda é o amor
que cobre a tristeza
de quem disfarça sua dor!
No circo da vida,
no picadeiro sempre estou.
Cara pintada, sorrisos
trajes esquisitos, lá vou eu!
Dou cambalhotas, faço graça,
abaixo a calça!
No circo da vida,
escondo minha carcaça!
Aplausos, gritos,
platéia de pé:
E o palhaço, quem é?
Silêncio! Ele na lona cai...
Entre vaias o público sai, e
ninguém socorrê-lo vai!...
Recobra os sentidos,
nada a sua volta.
Em meio ao espanto
a Deus clama.
Por seu público chama...
Pálido, moribundo,
levanta o palhaço.
As luzes se acendem.
São luzes divinas
que sua preces atendem.
Com medo, ele ora
E a Ele implora:
Léve-me para sua glória!
De palhaço virei chacota
comigo, ninguém se importa.
Baixinho ele chora...
E as lágrimas que caem,
deslizando em sua máscara,
vão limpando a pintura
que escondia sua cara!
Alégre-se, disse-lhe alguém:
Toda sua desgraça
ordeno que esqueça,
não quero mais que padeça,
nem que ande mais a ermo,
deves sorrir, agora para si mesmo!
As luzes se foram e
o circo da vida, por covardia,
perde sua alegria,
pois o palhaço parte.
Ouve-se uma melodia...
E de falsos sorrisos,
se liberta o palhaço,
levado por Jesus
entre seus Braços!
 




 










RIO DO COLÉGIO
 Luzia Abreu Ramos
Rio de águas claras .
Cachoeiras aconchegantes .
Rio dos adolescentes ,
e também dos amantes !
Rio dos namorados ,
dos desquitados , divorciados .
Casados , velhos e crianças ,
e dos aposentados !

Rio dos apaixonados ,
pela pureza do seu lugar .
Pelo verde que cobre suas margens ,
pelas árvores que te sombreiam ,
por suas noites de luar !
Pelos pássaros que cantam ,
os mais variados cânticos ,
e sua beleza ainda mais encanta !

Rio que já faz parte ,
do turismo de São Fidélis,
nossa eterna Cidade Poema,
que guarda tantos segredos,
e manso, corre sem medo !
Rio que faz renascer ,
uma vontade de viver  ,
onde encontrei lazer,
e quando chegar minha hora ,
quero em seus braços morrer !

Teu olhar 2010

  Luzia Abreu Ramos.


Teu olhar que me incendeia
fazendo com que eu me sinta
presa em uma cadeia
uma verdadeira prisioneira!
Se fecho meus olhos
você cala minha boca
sufocando-me com um beijo,
deixando-me ainda mais louca!
Homem que sempre quis.
Em sedutor amante te fiz
sendo tudo que da vida desejei.
Numa simples rua te encontrei!
fecho meus olhos
revivendo o que senti
meu corpo se arrepia
querendo somente a ti!
Busco alguma compreensão
que me traga a razão
mas,  encontro nada senão
você no meu coração!


  Luzia Abreu Ramos - 2010



Meus cabelos embranquecidos.
Meu corpo, há muito esquecido.
Só mesmo pulsa meu coração,
quisera saber por que razão?
A pele seca, enfraquecida,
que pouco a pouco dilacera.
Os olhos, sem brilho algum,
só mesmo a morte espera!
Eu, que já fui bela mulher
desfolhava sempre a flor
do bem ou mal-me-quer.
Sempre aos meus pés, um novo amor!
Brincava com todas as estações
motivando muitas paixões.
Relembro de tudo o que vivi
e choro, sabendo o que perdi!
O tempo é implacável
tirou minha beleza
basta olhar-me no espelho
e ter esta certeza!
Rugas profundas
olhar perdido
lançado ao infinito
sem nenhum sentido!
Nenhuma estação me tem por acolhida,
pois já não sirvo, estou envelhecida.
Num simples aceno à vida,
uma lágrima, rola perdida
dizendo ser minha despedida!...
 
 


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